O São Paulo Fashion Week N57, ocorrido na última semana, trouxe desfiles impressionantes de diversas marcas brasileiras. No entanto, uma discussão pairou no ar durante os quatro dias do evento: pela primeira vez, ele foi realizado em shoppings localizados em regiões elitizadas da cidade, e não foi aberto ao público em geral, sendo restrito apenas a imprensa e convidados.
Essa edição foi marcada por uma mudança significativa. Ao invés das instalações e ativações de marca habituais, os convidados foram direcionados apenas para assistir aos desfiles.
Para muitos, como Júlia Pereira Berto, aluna de moda do Senac de Marília, essa restrição foi um ponto negativo. Eu acho que deveria ser aberto sim”, comentou Júlia, enfatizando que o acesso à moda deveria ser mais democrático, abrangendo pessoas de diferentes classes sociais.
Essa visão foi compartilhada por outros participantes do evento. A influenciadora Sarah Oliveira destacou que o espaço do shopping permite que as pessoas conheçam outras marcas e até aproveitem para realizar outras atividades nos intervalos entre os desfiles. No entanto, ela ponderou que fechar as portas do evento pode afastar as pessoas desse universo da moda.
Nos anos anteriores, o São Paulo Fashion Week foi realizado no Komplexo Tempo, na Mooca, e na Bienal do Parque do Ibirapuera, locais que permitiam a participação do público e até mesmo a presença de outras marcas nacionais em espaços expositivos.
Em contrapartida, neste ano o evento foi realizado nos shoppings Iguatemi São Paulo e JK Iguatemi, conhecidos por estarem em regiões elitizadas da cidade. O evento ficou menor e não contou com instalações ou ativações de marca, concentrando-se apenas nos desfiles.
Apesar das vantagens oferecidas pelos shoppings, como a infraestrutura de restaurantes e conforto, a ausência de um espaço aberto ao público geral foi sentida por muitos, limitando a troca de experiências e o networking.
Em suma, o São Paulo Fashion Week N57 trouxe mudanças significativas em sua realização, levantando questionamentos sobre a acessibilidade da moda e a democratização do acesso aos eventos do setor. A discussão continua sobre o formato ideal para um dos principais eventos de moda do país.