Prada Verão 2026: liberdade criativa, subversão dos uniformes e experimentação ousada em Milão
A coleção Prada Verão 2026 foi apresentada em Milão em um cenário impactante, marcado pela cor laranja vibrante na Fundação Prada. Sob o comando de Miuccia Prada e Raf Simons, a maison italiana mostrou que sua visão para a temporada ultrapassa a simples ideia de roupas, colocando a liberdade no centro de sua narrativa.
As peças, segundo os diretores criativos, têm a função de se transformar, se adaptar e libertar o corpo de imposições. A moda não deve ser encarada como escultura rígida, mas como um espaço de experimentação estética. Esse posicionamento reforça o DNA da Prada, que sempre buscou confrontar padrões e provocar novas leituras sobre estilo.
Uniformes subvertidos
Um dos principais eixos da coleção Prada Verão 2026 é a desconstrução do uniforme. A dupla apresentou desde versões literais, como macacões e camisas industriais, até interpretações mais poéticas, com elementos-chave que remetem à identidade da maison. Entre eles, sutiãs estruturados, saias inovadoras e vestidos com sobreposições ganharam protagonismo na passarela.
Miuccia e Raf assumem o valor simbólico do uniforme, mas rejeitam sua conotação ligada à guerra e à dominação masculina. A proposta é transformá-lo em símbolo de liberdade, ressignificando sua função.
A experimentação com formas, cores e texturas
A coleção trouxe microshorts bufantes, saias com alças inspiradas em jardineiras e vestidos com dupla camada de tecido. A sobreposição de materiais reforçou o caráter experimental da Prada, que explorou renda, plissados e alfaiataria em uma mesma peça.
Na paleta de cores, a Prada combinou tons adocicados de rosa e verde com laranja, roxo e azul turquesa, equilibrando vibração e sofisticação. Os neutros clássicos, como cinza e azul-marinho, também marcaram presença, garantindo a essência atemporal da marca.
Anos 1950 e 1960 revisitados
As décadas de 1950 e 60 foram resgatadas na coleção Prada Verão 2026 em saias rodadas e vestidos em silhueta A. Esse retorno ao passado não significou nostalgia, mas sim uma atualização de códigos clássicos da feminilidade com a ousadia característica da maison.
As luvas de couro e cetim, eleitas como acessório da vez, reforçaram a sofisticação e trouxeram uma camada de teatralidade ao desfile.
Moda como desafio, não conforto
Em Milão, a mensagem foi clara: a Prada não busca conforto em sua forma mais óbvia, mas sim no campo intelectual e criativo. O verdadeiro conforto, para Miuccia Prada, está em ser desafiado pelo olhar, em revisitar peças, ideias e combinações até assimilar novas propostas. Essa filosofia está presente em cada detalhe da coleção Verão 2026.
O diálogo entre Miuccia Prada e Raf Simons
Há cinco anos, Miuccia e Raf dividem a direção criativa da grife italiana, em um equilíbrio raro na indústria da moda. A parceria se consolidou como uma das mais relevantes do setor, com coleções que unem a racionalidade e o minimalismo de Simons à ousadia intelectual de Miuccia.
Na coleção Prada Verão 2026, essa sintonia ficou evidente na mistura de disciplinas estéticas, onde a alfaiataria industrial se encontra com a delicadeza de tecidos fluidos, e a rigidez do uniforme é suavizada por interpretações femininas.
Liberdade como manifesto
A Prada reafirmou que moda não deve apenas vestir, mas também provocar reflexão. A ideia de liberdade se expressa não apenas no discurso, mas em cada peça da coleção, que se abre para múltiplas leituras: liberdade de movimento, de gênero, de expressão estética.
Esse manifesto coloca a Prada Verão 2026 como uma das apresentações mais relevantes da temporada de Milão, consolidando a maison como referência mundial de inovação.
Prada, verão 2026 — Foto: Getty Images





